May 26, 2015

a gente não volta, sabemos...

...já é madrugada por aqui e sigo enfiada na pilha de praticidades de ser. entre uma pausa e outra, me pego pensando no que há em nós... o que há nesse vai e vem que se repete copiosamente por ambas. me pego em questionamentos sobre essa linha tênue que não nos prende, mas que também não nos separa de uma vez por todas. sim, já te expulsei, já briguei, xinguei, fiz promessas impagáveis de nunca mais querer saber de você; foi tudo em vão. as coisas ditas, foram coisas ditas. não me servem mais como ofensas, como mágoas. ah, me faço redundante e cansativa sempre que preciso me dirigir a você, sempre que preciso me fazer clara e objetiva. que seja (outro clichê, rs)! vou por aqui, por ali, por acolá - adoro essa expressão - e de quando em quando me percebo partilhando - ainda que silenciosamente - minha rotina boa com você. sabe, é nessa epifania sorrateira que me boto a pensar nesse nosso vai e não vem, nesse chove e não molha, nesse ata e não desata. loguinho nosso contato se acaba e por certa, dia desses voltaremos com saudades descabidas e novamente e ponho a pensar: qual é linha que nos prende e nos separa? será mesmo que esse contato quase que superficial nos cabe de verdade? por mais que digamos, perguntemos,falemos, questionemos, jamais, em tempo algum, saberemos de fato o que se passa em nossos universos paralelos. bom, pelo menos eu sigo brigando, calejando, desejando meu perdão de mim pra mim. de mim pro outro que um dia já foi o meu amanhecer sorridente e adormecer leve. entretanto, hoje trago em mim, comigo, apenas boas e poucas - será?! rs - memórias de um tempo que não volta mais. sim, digo isso, porque há bem pouco tempo atrás li um texto que dizia: "e mesmo que a gente volte, a gente não volta" acredito até que era um desses textos do Frederico, pois bem, não tenho intenção alguma de voltar, ou de qualquer outra relação que seja aprisionadora - essa é a impressão que nosso namoro fora em tempos de cólera, mas vale ressaltar que, que nem sempre foi isso, só cólera. tivemos lá nossas levezas, nossas descobertas, nossa tréguas de dias ensolarados e sorriso bobo. enfim, tivemos lá nosso tempo de doçura particular e intransferível que jamais será dada aos "próximos" que possam vir. sim, sabemos que tudo que foi vivido (ação conclusa) poderá, futuramente, ser emprestado como facilitador para relações menos densas, mais intensas, mais amorosas, mais cuidadosas, mais carinhosas. entretanto, tenho plena certeza que não teremos o nosso nós, do nosso mundo particular repetido com outros.

No comments: